terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A ADUTORA DO AGRESTE É A SOLUÇÃO? Por Sérgio Siqueira Vereador de Caruaru


A ADUTORA DO AGRESTE É A SOLUÇÃO? Por Sérgio Siqueira Vereador de Caruaru

2017 promete, a obra da Adutora do Agreste está ganhando fôlego e as obras estão progredindo. Dos 420 km previstos, 300 km já foram executados. A Compesa já trabalha com a possibilidade de levar água em 2017 a 23 municípios. Será muito importante para Caruaru e região.

A Adutora do Agreste é juntamente com a transposição do Rio São Francisco as obras mais importantes para os pernambucanos. Investimento previsto para mais de 1 bilhão de reais. Vai abastecer com água dezenas de municípios:

AGRESTINA, ALAGOINHA, ALTINHO, BARRA DE GUABIRABA, BELO JARDIM, BEZERROS, BONITO, BREJO DA MADRE DE DEUS, CACHOEIRINHA, CAMOCIM DE SÃO FÉLIX, CARUARU, CUPIRA, GRAVATÁ, IBIRAJUBA, JATAÚBA, LAGOA DOS GATOS, PESQUEIRA, POÇÃO, RIACHO DAS ALMAS, SAIRÉ, SANHARÓ, SÃO BENTO DO UNA, SÃO CAITANO, SÃO JOAQUIM DO MONTE, TACAIMBÓ, ANGELIM, BOM CONSELHO, BREJÃO, BUÍQUE, CAETÉS, CALÇADO, CANHOTINHO

Segundo o Diário de Pernambuco do dia 03/01/2017: A Adutora do Agreste, a maior obra hídrica em execução no Brasil, poderá fornecer água para Toritama, a partir de maio, e Santa Cruz do Capibaribe em setembro. O governador Paulo Câmara solicitou que sejam colocadas em operação as tubulações já implantadas na adutora.

Ainda o Diário informa que: Uma das alternativas para antecipar a chegada da água será a Adutora do Moxotó, primeira ligação da Transposição com as regiões do Sertão e Agreste de Pernambuco. A Compesa vai “puxar” a adutora de 70 km de extensão, pela BR-232 até Arcoverde, e de lá segue por um trecho de 130 km da Adutora do Agreste até os municípios de Pesqueira, Belo Jardim e São Caetano. Essa engenharia vai tornar possível levar água da transposição do Rio Francisco captada na Barragem do Moxotó, situada no distrito de Rio da Barra (Custódia), no Sertão, até a cidade de São Caetano, no Agreste, com uma vazão total de 450 litros por segundo.

Além disso, os trechos da Adutora do Agreste que vão de Caruaru a Toritama, e de Toritama a Santa Cruz do Capibaribe serão finalizados para começar a receber água do Sistema do Pirangi, a partir dos meses de maio e setembro de 2017, respectivamente. O Sistema do Pirangi já está na reta final de conclusão das obra, segundo o estado e vai levar água do município de Catende, na Mata Sul do estado, para a Barragem do Prata, situada em Bonito, beneficiando dez cidades do Agreste.

Entenda a obra da Adutora do Agreste:

420 km  de adutora estão previstos
300 km estão concluídos
15  frentes de trabalho simultâneas em 2017
R$ 142 milhões  liberados para a obra
23 municípios  beneficiados este ano
45%  da estação de tratamento estão concluídos
R$ 1,4 bilhão  é o custo total da obra
R$ 610 milhões  foram executados
2 milhões  de pessoas beneficiadas em 68 municípios

Será que a crise hídrica tem solução? Quais são os caminhos alternativos e possíveis para melhorar a situação. A Adutora é a solução?

COM CERTEZA, a Adutora é muito importante no cenário atual de seca prolongada. Mas é preciso entender o problema com mais profundidade.

Temos que entender que a seca é um fenômeno cíclico, ou seja, de tempos em tempos algumas regiões são castigadas com a estiagem, umas mais prolongadas que outras. A opinião pública tem que cada vez mais entender e cobrar dos governantes que as medidas para amenizar a crise hídrica conquistadas devem ser preservadas e novas medidas devem chegar para reforçar os períodos longos de seca.

Não deve ser uma ação isolada de um governo, mas de todos, em todos governos consecutivos. Significa cada vez mais vontade política de fazer surgir um Nordeste forte e preparado para outros ciclos de seca.

A política não deve somente trabalhar para ter resultados em curto prazo, mas a longo também. O problema é que muitas vezes trabalhar em longo prazo não "conquista" os votos dos eleitores impaciente e imediatistas, consequentemente muitos políticos tornam-se imediatistas. Aquela velha história e política, “saneamento não dá voto porque o povo não vê, viadutos, estradas dão mais votos, pois são obras visíveis.” Mas quando falamos de falta de infraestrutura para milhões de pessoas, os blocos políticos não podem pensar somente a curto prazo. É preciso pensar em longo prazo. Isto é muito importante. E com a união de todos.

Alguns países da África, Oriente Médio e outros lidam com uma falta d’água muito maior que a nossa e estão encontrando soluções. Não são investimentos baratos e são de longo prazo. Uma grande nação se deve pensar também em longo prazo. E enquanto as grandes obras estão sendo trabalhadas, muitas medidas menores podem ser tomadas.

Esses países citados que estão situados em geografia árida e desértica buscam todos os tipos de soluções. E encontram, o Nordeste não será diferente, com vontade política e com o cidadão consciente e fiscalizador.

Ideias simples: O aproveitamento da água da chuva pode ser feito para os períodos entre os ciclos da seca. Um bom exemplo: O programa Um Milhão de Cisternas, promovido pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), aproveita as condições climáticas para criar uma estratégia de sobrevivência para as famílias da região. No Semiárido, a chuva cai em grande quantidade, mas em poucos dias.

O projeto ajuda as famílias a construírem cisternas capazes de armazenar água suficiente para 5 pessoas se manterem por até 8 meses. Eles recebem também um kit de cloração para tornar a água própria para consumo.

Outro fator simples em tempo de crise é combater o desperdício, usar a água com consciência, evitar o desperdício sempre. Para isso se faz necessário realizar campanhas constantes em todos os meios de comunicação, levar uma campanha perene para todos os setores da sociedade, a começar das escolas, que já fazem isso, talvez apenas intensificar. Pesquisar, incentivar e investir em técnicas de irrigação mais econômicas, desenvolver sistemas sanitários mais eficientes em combater o desperdício. Quase 40% de toda água tratada é desperdiçada ao longo da distribuição. Isso é muito para quem tem pouco. É preciso fiscalizar melhor a distribuição de água e os vazamentos, combater as ligações clandestinas. Estas são medidas possíveis e ao alcance da fiscalização.

3 fatores temos para superar uma crise hídrica:

1. Esperar pela chuva acima da média.
2. Fazer economia do uso da água.
3. Obras estruturais do governo.

Esperar pelas chuvas já estamos esperando há seis anos, economizar mais que o povo nordestino é difícil, nos resta esperar pelas obras estruturais do governo.

Cerca de 25 milhões de brasileiros enfrentaram falta de água ao longo do ano, segundo levantamento feito pelo GLOBO em órgãos estaduais de gestão de recursos hídricos. O Nordeste é a região mais afetada e enfrenta a pior seca do século, que já entra no sexto ano e não dá mostras de que vai acabar agora. É importante que, mesmo numa situação de alívio (esperamos que chegue), a população continue economizando e fiscalizando.

Os governos estadual e federal estão dando sinais de mobilização, cabe ao cidadão comum acompanhar, fiscalizar, cobrar e não apenas esperar que venha do céu. A situação atual não está nada fácil, muitos lugares estão à beira do colapso total. Tanto o povo quanto os governantes não podem esquecer jamais desses ciclos de seca. E nos prepararmos melhor para as futuras estiagens.

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