sábado, 4 de fevereiro de 2017

CUSTO DA VIOLÊNCIA: UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA OS GESTORES DO NORDESTE - Por Sérgio Siqueira, vereador Caruaru


CUSTO DA VIOLÊNCIA: UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA OS GESTORES DO NORDESTE - Sérgio Siqueira, vereador Câmara Municipal de Caruaru.

Foi publicado esta semana um relatório alarmante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre o custo da violência, em gastos públicos e privados. Os dados são preocupantes. A violência e criminalidade no Brasil é um problema comparado a uma epidemia. O prejuízo social e econômico da violência gira em torno de mais de 70 BILHÕES de dólares só no Brasil em 2014. O que dá aproximadamente mais de 200 BILHÕES DE REAIS. Equivalente a mais de 3% da riqueza produzida do Brasil, do PIB. Dinheiro que poderia ser usado em INFRAESTRUTURA.

O dinheiro que o Brasil gastou com problemas ligados a criminalidade durante o ano de 2014 equivale a 50% dos investimentos de infraestrutura do mesmo ano. É um prejuízo incalculável. O relatório do BID compara a violência a um problema devastador de epidemia. O Brasil sozinho gastou mais da metade (53%) com custos ligados à criminalidade do que TODA A AMÉRICA LATINA E CARIBE.

Custo do crime em 2014 -- Fonte: Globo News
Há um alto gasto com segurança privada, no caso da segurança publica ocorre o inverso, o investimento brasileiro ficou abaixo da média quando comparado com os demais países da América Latina. Isto não é um bom sinal. O Brasil tem mais violência e menos investimento na segurança pública. E nós, do Nordeste, estamos bem no meio do problema. Todo o Nordeste sofre com a violência. Este é um grande desafio para os prefeitos e governadores do Nordeste.

Os homicídios estão aumentando, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. 1/3 dos homicídios de todo o mundo acontece na América Latina, que é apenas 9% da população global. E o Brasil registrou METADE dos homicídios de TODA AMÉRICA LATINA. E o Nordeste tem contribuído enormemente para essas estatísticas.

Do Nordeste, o estado mais violento é Alagoas. Entre o ano 2000 e 2014, Pernambuco conseguiu baixar as taxas de homicídios, mas de 2014 para cá, os números estão crescentes. Entre o ano 2000 e 2014 as taxas de homicídios caíram em alguns estados, São Paulo 67%, Pernambuco 33% e Rio de Janeiro 32%, mas de 2014 para cá não houve queda. É preciso rever quais foram os pontos fortes dessa diminuição nesse período para aplicar e aperfeiçoar para hoje.

O problema é claro, onde mais aumenta a criminalidade e violência é no Norte e Nordeste. E o maior gasto no Nordeste é público, e não privado. No sudeste é o contrário, se gasta mais com o privado. O BID destaca a importância de fazer pesquisas futuras para estudar o custo das ações de prevenção e controle do crime, que não foram realizadas ainda.

Veja os gastos públicos no Nordeste. -- Fonte: Globo News
O crime custa para o Brasil o DOBRO da média dos países desenvolvidos, valores equivalentes em infraestrutura. Se o Brasil conseguir reduzir o custo da violência a níveis dos países mais desenvolvidos, pode aumentar seu investimento em infraestrutura em 50%, segundo o BID.

São considerados pelos pesquisadores gastos privados com segurança, despesas com seguro e trabalhadores formalmente ou informalmente empregados no setor.

O segundo maior gasto do Brasil com segurança é o público (36%), que na pesquisa consiste em três componentes: polícia, sistema judicial e administração prisional. Em todas as regiões do país, os gastos com a polícia representavam mais de 80% do total das despesas públicas.

O estudo considera ainda custos sociais, em três tipos de renda não gerada: por homicídios, pela população presa e a perda de qualidade de vida devido a outros crimes (estupro, assalto e roubo) – que no Brasil representam 16% dos custos com a violência, segundo o BID.

Os homicídios foram a principal fonte de custo social do crime em todas as regiões do país, segundo a pesquisa, com exceção do Sudeste – onde a renda não gerada pela população carcerária teve impacto maior.

A grande maioria das vítimas de homicídios é jovem entre 15 e 24 anos, pardos e negros e com baixa escolaridade.

É preciso rever e fazer politica para mudar esta situação e fiscalizar com mais transparência a gestão desse dinheiro. Se o Brasil acordar e combater a corrupção e violência, seremos uma potência mundial e teremos um lugar mais seguro para viver.

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(Com informações da Agência Brasil e G1)




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